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Volume 58 nº 2 - 2024 | Psicanálise e Ciência

Sumário (Clique nos títulos para acessar editorial ou resumos disponíveis)

Na atividade K em que estou envolvido, ou seja, no conhecer, tenho que estar consciente de minha experiência emocional e ser capaz de abstrair dela uma afirmação que represente adequadamente essa experiência. Essa abstração gera confiança se representar outras experiências desconhecidas quando a abstração é feita. O senso de confiança é semelhante ao produzido se uma crença parece apoiada pelo senso comum. A confiança é concomitante a saber que há correlação entre os sentidos ou que mais de uma pessoa em um grupo entretém o que parece ser a mesma afirmação da mesma represen­tação de uma experiência emocional. A confiança em uma representação está associada a (1) uma crença de que a representação é apoiada pelo senso comum e (2) que não apenas representa a experiência emocional da qual é abstraída, mas outras realizações, desconhecidas quando a abstração foi feita. … O critério para o enunciado deve ser seu valor na facilitação no teste por mais de um sentido ou pelos sentidos de mais de uma pessoa.

W. R. BION, Learning from experience

 

No presente contexto, vemos o surgimento de dezenas de “cursos” e formações de psicanálise pela internet, em sua grande maioria na modalidade à distância. Nas redes sociais, pululam pessoas que se intitulam psicanalistas. Formações de algumas semanas ou meses online prometem qualificar qual­quer um como psicanalista, não importa a formação ou o background que tenha. Anunciam também uma perspectiva de trabalho em que é possível se estabelecer rapidamente e ganhar dinheiro com facilidade. Faculdades de psicanálise já contam com 13 mil graduandos! Várias delas são associadas a entidades religiosas. Psicanálise evangélica, cristã, tântrica etc.

Parece-nos extremamente preocupante essa aparente explosão de inte­resse na psicanálise e na profissão de psicanalista. Interesse na coisa real ou na apropriação de um nome em que a própria essência da atividade é aniquilada?

Podemos ficar indignados quando surgem críticas contundentes à psicanálise, como algo não sério, não científico e charlatanismo. No entanto, parece-nos que muitas dessas críticas encontram respaldo nos atuais aconteci­mentos, se considerarmos que, efetivamente, o nome psicanálise parece estar atribuído a qualquer tipo de panaceia.

Freud era um neurologista e, antes de desenvolver suas pesquisas aten­dendo pacientes neuróticos, publicou inúmeros artigos nesse campo, nos quais privilegiou (e sempre o fez depois) o rigor científico da investigação e do trabalho. Achava fundamental que a psicanálise fosse uma atividade sedimen­tada em critérios científicos. Vale lembrar que, durante seus anos de estudo na Faculdade de Medicina de Viena, ele teve contato com renomados médicos cientistas e professores de filosofia, que o formaram como pesquisador rigoro­so dentro dos padrões de exigência da época.

Sabemos hoje que a concepção da ciência com critério positivista é bas­tante questionável, pois não há como eliminar a subjetividade de qualquer trabalho investigativo. Todo instrumental, mesmo no que tange às chamadas ciências da natureza ou exatas, é desenvolvido a partir dos limites da percep­ção humana e da subjetividade de quem o desenvolveu. Confundir a realidade com aquilo que é apreendido pelos equipamentos que nossa espécie produz é um modo de funcionar onipotente e de natureza psicótica (quando a per­cepção, o pensamento e a existência são equivalentes, tal como ocorre nas equações simbólicas propostas por Hanna Segal ou na linha A – elementos beta – da grade de Bion). Isso, porém, não nos libera para um vale-tudo, como acontece amiúde nas redes sociais, em que opiniões têm o status de fatos.

O desenvolvimento de teorias psicanalíticas sérias não se dá por geração espontânea. Elas emergem de intenso trabalho de investigação na prática dos consultórios (como se deu com Freud, Klein, Winnicott, Bion, Lacan etc.), e sua validação ou refutação ocorre na experiência clínica, como em qualquer atividade científica que mereça essa denominação.

Para que essas teorias se qualifiquem como tais, precisam encontrar substrato na experiência. Isso acontece a partir da verificação de invariantes naquilo que é observado no comportamento de inúmeros pacientes durante os atendimentos, a despeito de aparentes modos discrepantes de manifestação fenomenológica da conduta de diferentes pacientes ou mesmo de um único. Para que isso seja observável, são necessárias condições análogas às que se requer em química ou física, como as produzidas em laboratórios, em que se excluem variáveis que prejudiquem a observação dos fenômenos.

O consultório do analista é uma espécie de laboratório em que deve haver a privacidade necessária e um ambiente de abstinência (como propôs Freud), em que o setting precisaria ser um elemento estável e constante para que as transformações do analisando se tornassem evidentes. A maneira par­ticular como um analisando vê ou sente o ambiente comum a ele e ao analista pode ser uma valiosíssima fonte de informação, que revela a situação mental do primeiro. O analista pode verificar que, a despeito das aparências, o anali­sando não se localiza no mesmo espaço que ele, pois aquilo que descreve pode ser muito diferente do que ele, analista, percebe.

As chamadas formações psicanalíticas que banalizam e facilitam a “titu­lação” de psicanalista acabam criando profissionais que efetivamente não têm noção daquilo com que são confrontados: o sofrimento e a complexidade da mente humana.

Volta e meia ouvimos nos consultórios pessoas que, ao narrarem seus dilemas, logo apresentam explicações “psicanalíticas” para eles: “Deve ter sido porque tive uma mãe ausente” ou “um pai abusivo”; “Sofri tais dramas na minha infância, e tudo isso é consequência do meu complexo de Édipo”. Vale indagá-las se tais formulações têm alguma utilidade prática em suas vidas, pois, se tivessem, estariam lá necessitando de um profissional para auxiliá-las?

Um analista que poderia ser assim chamado, de fato, não é somente alguém que já ouviu falar dessas teorias e pode repeti-las.

Persio Osorio Nogueira – eminente decano da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP), já falecido – contava amiúde em seus grupos de estudo e seminários que ele sabia perfeitamente repetir nomes como esca­rola, rúcula, agrião etc. Outra coisa era ele ir à feira e reconhecer a que reali­dade corresponderiam esses nomes. Mais complicado ainda seria o que fazer com eles caso os reconhecesse.

O principal laboratório de formação prática de um analista é sua própria análise pessoal. Sem ela, seria equivalente a um estudante de química que aprendesse todas as fórmulas e equações dessa ciência sem jamais ter entrado em um laboratório. Quem já esteve em um laboratório de química pode ter a real noção do que ocorre na reação de elementos quando combinados – muitas delas são explosivas, tóxicas ou, até mesmo, mortais.

Como bem ressaltou Luiz Tenório de Oliveira Lima em recente evento da SBPSP sobre Psicanálise e Ciência, não há psicanalista sem análise. Não é pos­sível reconhecer o fenômeno psicanalítico fora da análise pessoal. Esse sempre foi o dilema que atormentou Freud e seus sucessores, pois falar, escrever e ler sobre psicanálise não é o mesmo que ter a experiência de uma análise. Uma pessoa pode saber tudo sobre psicanálise e não saber o que é psicanálise por nunca ter se deitado em um divã. E mesmo para isso é necessário um tempo razoável de divã, de modo que alguém comece a ter real noção do que acon­tece durante uma análise. As resistências levam muito tempo para começar a arrefecer antes que o analisando se permita ou tolere um real confronto com sua realidade psíquica, pois essa é uma experiência que, quando real, é muito perturbadora e turbulenta. O analista precisa ser alguém já bastante habituado a essa experiência, que teve consigo mesmo, para ser capaz de navegar por águas agitadas, vividas com seu analisando.

Em uma formação séria, o analista a analisar um pretendente a analista precisaria ser alguém que a instituição a que pertence tenha reconhecido por seus inúmeros trabalhos e contribuições, alguém que pratica e se ocupa de psi­canálise, e não de outra coisa que se assemelhe a ela ou seja mera imitação dela. Esse é o caso em qualquer instituição de renome que forma pessoas, em que os alunos são orientados por quem ela reconhece ter esse saber, como é o caso de qualquer universidade séria. Se alguém quiser ser doutor pela Universidade de Paris, será orientado por alguém dessa instituição que foi aceito para essa função (no mínimo, com o doutorado). O analista didata é aquele que até hoje, na maioria das instituições ligadas à Associação Psicanalítica Internacional (IPA), exerce a função de analisar o candidato ou de supervisioná-lo. Nas for­mações francesas, um extenso e intenso controle por parte de supervisores pode se estender por muitos anos antes que o pretendente seja qualificado como psicanalista (Gavião, 2022).

O problema dos cursos de psicanálise na academia (vários deles são muito sérios e consistentes, com notórios pensadores) é que não têm como exigir que seus alunos façam análise – portanto, são cursos teóricos sobre psicanálise. Se o aluno fizer análise pessoal, fica a critério dele a escolha do analista – e isso pode ser um problema na atual situação, em que qualquer um pode se autonomear psicanalista (pelo menos até agora). Nas faculdades de psicanálise religiosa, serão levados a se tratar com religiosos? O que acharia Freud de tal atividade?

O critério científico do trabalho psicanalítico é um parâmetro específico dessa atividade, e não o de outro vértice científico, pois o seu foco é a realidade psíquica não sensorial. Todavia, isso não nos dispensa de desenvolver uma metodologia de pesquisa condizente a esse campo específico.

Muito se diz que nossa atividade estaria mais ligada a um campo estético-artístico. Consideramos que todo grande cientista, como dizia Einstein, precisa ser um visionário, capaz de ver o que não é perceptível aos sentidos, mas a partir do que é captável pelos sentidos – o sistema solar não é algo que se observa diretamente com os sentidos; ele foi intuído e expresso graficamente, artisticamente, a partir de observações, com os sentidos de pontos luminosos no céu, feitas por Aristarco de Samos, Copérnico, Galileu e Kepler.

Em análise, não parece ser diferente. Charcot disse a Freud que não era ele que ia dizer o que uma coisa era; ele deveria observá-la até que ela lhe dissesse o que era.1

O rigor e a disciplina nas formações psicanalíticas – que durem muitos anos e com análises muito extensas, intensas e aprofundadas – são necessários para evitar o surgimento de “analistas” que darão toda a razão àqueles que dizem que a psicanálise não é coisa séria e não serve efetivamente para nada ou pode ser deletéria.

Neste número contamos com trabalhos excepcionais que desenvolvem o tema Psicanálise e Ciência. Nomes destacados como Mark Solms, Jorge Ahumada, César Luís de Souza Brito, Rodrigo Lage Leite e Juliana Belo Diniz, Flávio Carvalho Ferraz, Vitor Orquiza de Carvalho e Marcelo Galletti Ferretti nos encaminharam preciosos trabalhos. Contamos ainda com trabalhos não temáticos, de Marion Minerbo, Decio Gurfinkel e Idete Zimerman Bizzi.

 

Referências

Freud, S. (1957). On the history of the psychoanalytic movement. In S. Freud, The standard edition of the complete psychological works of Sigmund Freud (J. Strachey, Trad., Vol. 14, pp. 1-66). Hogarth Press. (Trabalho original publicado em 1914)

Gavião, A. C. D. (2022). Clínica psicanalítica e clínica da formação em psicanálise. Revista Brasileira de Psicanálise, 56(3), 71-90.

 

Claudio Castelo Filho

Editor

 

Com a colaboração de

Elsa Vera Kunze Post Susemihl

Editora associada

 

 

Intercâmbio

O autor apresenta achados em pesquisa neuropsicanalítica relacionados a dois temas: a natureza e o número dos impulsos, que segundo Freud “fazem exigências sobre a mente para que esta trabalhe”; e a natureza e as estruturas componentes do que chamamos “o inconsciente”, especialmente a forma como o componente reprimido do inconsciente é constituído e mantido. Propõe a revisão de alguns conceitos teóricos para, na sequência, discutir suas implicações para a prática clínica.
Palavras-chave: impulsos, inconsciente, prática clínica

A psicanálise é uma ciência? A controvérsia suscitada por essa questão gira em torno de se a ciência é una e se atém ao modelo da física clássica, posição sustentada, em geral, por filósofos positivistas, logicistas ou hermeneutas que não trabalharam pessoalmente em ciências naturais; ou de se as ciências são muitas, cada uma com seus próprios métodos e formas de validação, sem pretender aceder a certezas. Neste trabalho, o autor traz para a discussão um participante que não costuma ser convocado para o debate, Albert Einstein, examinando a seguir as diferenças epistêmicas entre as ciências exatas e as ciências descritivo-observacionais, cujo modelo deriva da biologia de Aristóteles. Depois, considera a trajetória epistêmica de Freud, do cartesianismo do “Projeto” até suas posturas finais, e revisa as amplas coincidências de Freud com os credos epistêmicos de Darwin e Einstein, operando a partir dos fatos para chegar às teorias. Para finalizar, apresenta os desafios colocados pela época atual.
Palavras-chave: ciências descritivo-observacionais, Aristóteles, Charles Darwin, Albert Einstein, Sigmund Freud

Temáticos

Neste trabalho, o autor reflete sobre a importância de a investigação científica psicanalítica contemplar a dimensão do impreciso. Destaca a complexidade da clínica psicanalítica e a relevância de os investigadores reconhecerem as dimensões do que é da ordem do impreciso, do vago e do obscuro como parte inerente ao buscarem apreender os processos psíquicos do mundo interno e intersubjetivo. Ao formular as estratégias de atenção aos pormenores, ao preconizar a atitude de atenção flutuante e a técnica de associação livre, a psicanálise estabelece o campo do que é da ordem do impreciso como zona de atuação para a apreensão do material inconsciente.
Palavras-chave: epistemologia, ciências, psicanálise, complexidade, pesquisa psicanalítica

Em diferentes momentos de sua história, a psicanálise é interpelada no debate público com relação à sua cientificidade. Neste artigo, os autores apresentam, por meio da observação de alguns resultados de uma pesquisa na zona de interface entre psicanálise, psiquiatria e medicina, uma reflexão sobre o que se considerou como exigências éticas da clínica a esse debate, e sobre como a desconsideração de elementos provenientes dela (inclusão da singularidade e do descentramento do inconsciente) pode produzir vieses, equívocos e desvios éticos.
Palavras-chave: psicanálise, ciência, subjetividade, tecnologia e sociedade, ética

O autor aborda a história das tentativas de fundamentação epistemológica da psicanálise. Parte das hipóteses de Freud sobre a cientificidade de sua disciplina, o qual, para situá-la necessariamente no domínio das ciências naturais, toma de empréstimo fundamentos da física e da química. Conclui com a contribuição de Laplanche, que busca os fundamentos da psicanálise na própria obra freudiana, fazendo-os coincidir com os fundamentos do próprio sujeito.
Palavras-chave: epistemologia da psicanálise, metapsicologia, objeto da psicanálise, significante enigmático, transmissão transgeracional

Neste artigo, os autores se dedicam a duas tarefas. A primeira é mostrar que o problema da cientificidade da psicanálise é um “elefante na sala”: um problema evidente e, ao mesmo tempo, deliberadamente ignorado, embora não devesse ser. Propõem, portanto, que esse “elefante” seja encarado de frente. A segunda tarefa é defender que a concepção freudiana de ciência deu origem a três atitudes distintas: a continuidade, que alinha certos modos de pensamento às diretrizes centrais do modelo argumentativo freudiano; a complementaridade, que busca integrar ou fundir esse modelo com outros campos do conhecimento; e a superação, que busca em outros campos uma refundação do solo epistemológico da psicanálise. Assim, os autores indicam essas atitudes com o objetivo de mostrar que o problema da cientificidade acompanhou a psicanálise desde sua fundação.
Palavras-chave: psicanálise, ciência, cientificidade, Freud, pós-freudianos

Artigos

A autora propõe um estudo teórico-clínico sobre alguns dos elementos que compõem a aptidão psíquica para a felicidade. Parte de vinhetas do cotidiano que descrevem ocorrências de felicidade para, em seguida, discriminar, explicitar e desenvolver qual o funcionamento psíquico que as possibilita. Propõe que a aptidão à felicidade depende de duas condições muito simples e, ao mesmo tempo, sofisticadas do ponto de vista psíquico: o luto primário, que nos torna aptos a amar algo para além do próprio eu; e a criatividade psíquica, que nos torna aptos a transcender a concretude sensorial da vida para aceder ao plano mental da existência. As ideias são ilustradas por um caso clínico. Finaliza argumentando que prazeres e alegrias só dão acesso à felicidade se estiverem integrados numa vida que tenha sentido, isto é, que seja uma expressão genuína do self.
Palavras-chave: luto primário, matriz simbólica do luto, felicidade

Neste artigo, o autor propõe estudar o processo de envelhecimento a partir do conceito winnicottiano de elaboração imaginativa. Após uma breve apresentação desse conceito, concebido no âmbito de uma abordagem muito peculiar da relação entre psique e soma, sugere estender seu uso para além da situação do bebê, como o fez Winnicott, e abordar todo o percurso de desenvolvimento do indivíduo, e em particular o processo de envelhecimento, sob essa ótica. Para estudar tal processo, o autor adota o termo envelhescência, cunhado por Manoel Berlinck, que do seu ponto de vista abarca bastante bem a complexidade das transformações psicossomáticas que se dão nessa etapa da vida, exigindo tanto um trabalho do eu quanto um trabalho do self. Essas proposições são ilustradas por um depoimento do artista Gilberto Gil ao completar 80 anos, no qual ele relata suas experiências pessoais e suas reflexões existenciais e estéticas sobre o tema.
Palavras-chave: envelhecimento, corpo, desenvolvimento, psicossomática, elaboração imaginativa

O termo subjetividade primária do analista, proposto e desenvolvido no trabalho, destaca e conceitualiza analiticamente um tipo específico de subjetividade do analista, presente no campo analítico, cuja natureza é absolutamente idiossincrática e original. Tal fator origina-se de e retroalimenta incessantemente a matriz psíquica primária do analista, ao mesmo tempo que cocria o terceiro analítico intersubjetivo. Suas qualidades essenciais são a unicidade, caráter de ser diversa da subjetividade do paciente, e a alteridade, caráter de ser externa e de existir, em alguma medida, independentemente da subjetividade do paciente. Sob a ótica intrassubjetiva, o conceito de subjetividade primária do analista é elaborado, no trabalho, por meio da noção de atributos fundantes e determinantes da subjetividade do analista; sob a ótica intersubjetiva, desemboca nas propostas nosológicas de contratransferência criativa, estrangeira e viciosa. A cunhagem e a prospecção dessa terminologia inauguram uma linha de pesquisa conceitual sobre a subjetividade do analista e pretendem pavimentar o caminho para estudos suplementares.
Palavras-chave: subjetividade, intersubjetividade, contratransferência

Resenhas