Il soggetto nascosto. Un approccio psicoanalitico alla clinica delle tossicodipendenze

Autores: Antonello Correale, Francesca Cangiotti e Alessia Zoppi
Editora: Franco Angeli, Milano, 2013, 174 p.
Resenhado por: Marisa Pelella Mélega(1)

 

Este livro nasce da ideia de oferecer uma nova visão da síndrome toxi­codependente, que ultrapasse o modelo centrado no aspecto orgânico e no componente químico das substâncias, as drogas. Segundo os autores, há um fio condutor que atravessa os vários capítulos e os conecta num percurso con­ceitual e bibliográfico.

De acordo com Correale, o caminho que o clínico deve cumprir vai da “doença” ao sintoma, buscando o sujeito escondido na doença. A redescoberta do sintoma possibilita uma releitura das dinâmicas inconscientes e relacionais que levaram o indivíduo a perder-se dentro da doença.

O objetivo deste livro não é ser um manual sobre as toxicodepen­dências, e sim oferecer uma releitura psicopatológico-dinâmica do sintoma toxicômano.

Depois de alguns apontamentos históricos e bibliográficos, desenvol­ve-se o tema da angústia, vista como sintoma ambíguo, típico de diversas situações e que aparece insistentemente como protagonista nos quadros de toxicodependência.

Mesmo sem pensar que exista uma patologia específica da personali­dade, os autores propõem o distúrbio borderline como um quadro particular­mente significativo.

Surge a pergunta: “Onde está o sujeito no toxicodependente?”. Em parte, essa pergunta nasce da experiência traumática do profissional ao sentir que não tem diante de si um indivíduo, uma pessoa com desejos, fantasias, defesas e dores, uma história com suas premissas e consequências, mas alguém com um eterno presente a ser alimentado pela droga.

Os autores recorrem à psicanálise, como atitude mental, científica e terapêutica, para buscar o sujeito, aquela parte do indivíduo que subjaz, es­condida e não identificada.

O livro se divide em 12 capítulos, do quais destacamos: “Psicanálise e toxicodependência”, “O sintoma e a doença”, “O distúrbio borderline” e “O trauma”.

É um texto em que o estudo da psicopatologia do drogadicto é deter­minante, estudo esse que os autores entendem que deva se dar à luz da psico­patologia psicanalítica, da psicanálise como compreensão do homem e de seu funcionamento mental, articulada em pelo menos três pilares: o inconsciente, as defesas e o conflito.

Este volume é uma grande contribuição de Antonello Correale, Francesca Cangiotti e Alessia Zoppi à clínica das toxicodependências.

 

(1) Membro efetivo e analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP).

Publicado originalmente em: Revista Brasileira de Psicanálise · Volume 52, n. 2, 188- 189 · 2018

4 de março de 2020